Admirável Gênero Novo

Antes de ler, verifique se suas definições de gosto foram atualizadas.

Mosaico composto com as capas dos livros Dragões de vidro não podem nadar, (não tão) perto do fim, Jurassic Park, O rei de amarelo e Uma pequena morte em lisboa.

Todo leitor tem o direito de ler o que gosta (e o dever de não colocar gosto ruim na leitura do coleguinha)… porém, às vezes, a gente quer conhecer coisas novas.

Porque a gente enjoou do que gostava antes, porque quer ter a chance de gostar de mais coisas, para ter uma perspectiva puramente intelectual sobre o assunto, não importa. Mas às vezes conhecer coisas novas é difícil. Alguns livros só fazem sentido para quem já é fã do gênero. Por onde começar?

Pensando nisso, a equipe da VAL reuniu cinco sugestões de obras que são amigáveis para pessoas começando em um gênero novo:

Banner com as capas dos livros Jurassic Park e (Não tão) perto do fim. Jurassic park tem uma capa ilustrada com cores vibrantes com o título amarelo contra um fundo magenta, e um tiranossauro saindo do meio das letras. Abaixo do título um jipe vermelho sendo perseguido por um tiranossauro. (Não tão) perto do fim tem uma capa rosa shocking decorada com grades retangulres vermelhas, marcadas por padrões em zigue-zague. O "não tão" do título está entre parênteses.

Ficção Científica

Denize: “Jurassic Park”, de Michael Crichton. O livro, mas também o filme, caso você queira acompanhar dinossauros em diferentes mídias. Um clássico lançado em 1990, ainda é completamente apaixonante, traz um início cheio de mistério, que se desenvolve em uma narrativa descomplicada e até bem simples comparada a outras do mesmo gênero. Um texto perfeito para quem quer se aventurar na ficção científica, mas tem medo de encontrar ciência extremamente complexa e não aproveitar o livro (prefiro não ter que pensar muito enquanto leio e conseguir me divertir muito). Além disso, a história é aquela que já conhecemos, trazendo a familiaridade e o conforto que só algo que amamos pode nos fazer sentir. Eu mesma ouvi a musiquinha do filme e o rugido do T-Rex em quase toda a obra.

Ana: Uma obra deliciosa e levinha de ficção científica é a novela (tamanho de livro, não formato para TV) “(Não tão) perto do fim”, do Lauro Kociuba. Nela, uma repartição pública quase esquecida evita um apocalipse por semana, mas seus dois únicos funcionários já estão muito velhos e precisam contratar estagiários para assumir o serviço. A novela cobre tanto o processo seletivo quanto algumas memórias de Carlos e Zeca sobre outros apocalipses resolvidos na sua juventude. Tem doses generosas de humor e ação, um evento misterioso para deixar o leitor juntando as pecinhas e até momentos tocantes. É um pacote completo.

Banner com a capa do livro O rei de Amarelo. A capa tem um tom amarelo acinzentado, sujo, e a ilustração de uma figura encarquilhada com um manto amarelo e uma coroa.

Horror cósmico

Marcelo: Para conhecer o horror cósmico: “O Rei de Amarelo”, de Richard W. Chambers. É importante ler um antecessor do Lovecraft para entender que o gênero não se resume a tentáculos e monstros marinhos. Se a ideia de uma peça teatral amaldiçoada que enlouquece quem a lê e altera a própria realidade não é horror o suficiente para você, não vai ser o design maneiro do Cthulhu que vai te fazer gostar do gênero.

Banner com a capa do livro "uma pequena morte em lisboa", a capa é dividida entre uma ilustração de um soldado estudando documentos e uma mulher olhando para o céu, e em baixo um fundo preto onde está o título.

Romance policial

Roberto: “Uma pequena morte em Lisboa”, do Robert Wilson. Por que eu indico? Além de extremamente bem escrito, a originalidade da história prende a gente desde o princípio.

Duas narrativas se desenrolam em paralelo: uma na Lisboa moderna; outra, na mesma cidade na época da Segunda Guerra Mundial. Ambas são interessantes, mas não aparentam ter nenhuma relação entre si. À medida que a narrativa avança, as duas histórias começam a convergir até se encontrarem. É sobretudo pela maestria da execução desse encontro das duas narrativas que indico esse livro.

Vale a pena assistir a um autor talentoso construir uma história bem contada, com ampla pesquisa histórica, pontuada por uma execução genial.

Banner com a capa do livro "Dragões de vidro não podem nadar", uma capa ricamente ilustrada com o mar, e dois rapazes com chapéu de palha como se estivessem flutuando.

Fantasia

Júlia: Imagine que dragões existem. Imagine que um desses dragões está doente, e a sua doença faz com que ele vá gradualmente se transformando em vidro. Imaginou? Ótimo! Agora acrescente a essa mistura alguns outros ingredientes: um pouco de amor, uma galinha de suporte emocional e uma feiticeira muito da sabichona. Aí está: a história de “Dragões de Vidro Não Podem Nadar”, escrito por May Mortari e Sol Coelho. Um livro sobre um dragão que ama o mar, mas que, por conta da sua doença, jamais poderia ter as águas salgadas como casa. Um livro sobre um dragão que ama outro dragão, e que faria qualquer coisa em nome desse amor. Um livro mágico sobre a força de um sentimento e o poder das escolhas. Essa é uma história delicada, uma excelente porta de entrada para aqueles que nunca tiveram contato com a fantasia, já que a trama mistura elementos realistas também, especialmente aspectos da vida no interior do Brasil. Essa é uma história para quem ama se apaixonar e para quem já se apaixonou. É, essencialmente, uma história para quem ama histórias. 

Revisão: Davi Dallariva

Quais são os gêneros que você mais lê? Que tal deixar nos comentários a sua sugestão de um livro bom para alguém que esteja lendo esse gênero pela primeira vez?

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